Mais sugestões para se trabalhar no dia 22 de
março, Dia Mundial da Água, agora é a vez das histórias.
A nuvenzinha
Era
uma vez uma nuvenzinha que vivia triste no céu. Ela queria passear, conhecer
novos lugares e ter amigos.
A
nuvenzinha vivia cantando:
_Não
quero ser nuvem
Eu
digo cansada...
Não
quero ser nuvem
Repito
zangada.
Um
dia, apareceu um passarinho, voando pelos ares e passou pela nuvem. E ela quis
ser como o passarinho. E puxa,puxa (movimento de puxar), até que a nuvenzinha
se transformou em
passarinho. Logo , o passarinho saiu voando de perto dela, e
nuvem coitada, não podia ser como um passarinho pois não tinha asas e nem penas
para poder voar...
Então,
começou a se encolher ...encolher...encolher.... Ela virou a nuvem novamente.
Mas, continuava muito triste. Então a nuvem cantou:
___Não
quero ser nuvem...
Num
outro dia a nuvenzinha viu passar um avião. Quis ser como o avião. Ah! Eu vou
ser como um avião_ disse a nuvenzinha. E puxa daqui, puxa dali e a nuvenzinha
transformou-se num avião. O avião foi passando. Fazendo um barulhão e deixando
a nuvenzinha sozinha novamente. E, ela foi ficando triste, triste.
Foi
então que ela viu uma pipa e quis ser como pipa. E começou a puxar ... até se
transformar numa pipa e ficou voando contente com sua nova amiga. Mas, não
demorou muito e o menino que estava soltando a pipa ali no jardim começou a
recolher a linha da pipa. E a levou para casa. A nuvem se vendo sozinha ficou
triste e começou a encolher...encolher...encolher. E a cantar sua música.
A
nuvenzinha estava muito aborrecida quando passou por ali um foguete. E a nuvem
ficou alegre. Pensava ele, agora estou alegre, quero ser um foguete para ir
para a lua. E puxa...puxa...puxa... e a nuvenzinha se transformou num foguete.
Mas,
pobre nuvenzinha... O foguete subiu e foi a lua. Mas, a nuvenzinha não podia.
Então foi encolhendo... encolhendo...encolhendo...
Foi
então que ela viu uma estrelinha e começou a puxar a puxar e se transformou
numa estrelinha. Que noite alegre aquela. Quantas amigas a estrelinha fez. Mas,
não demorou muito e o sol veio surgindo e o dia clareando. A estrela parou de brilhar.
A nuvenzinha se viu sozinha e ficou muito triste... triste mesmo, foi se
encolhendo...encolhendo...e voltou a ser nuvem. Como fazia muito calor ela foi
ficando escura, escura, escura. Até que abriu a boca e começou a chorar. As
lágrimas foram caindo na terra. Veio o vento, e o vento leve começou a soprar.
A nuvem perguntou quem era e o vento respondeu que era a brisa.
Lá
embaixo a nuvem viu uma plantinha e umas árvores que estavam sequinhas e com as
suas lágrimas foram ficando verdinhas e viçosas. A nuvem ficou muito feliz em
saber que também podia ajudar e que havia feito um bem, pois foi útil.
Agora
a nuvenzinha vive contente e não vive mais a reclamar.
A Florzinha Vermelha
Era
uma vez uma florzinha vermelha que morava no jardim da casa de Lucinha. Seu
nome era Papoula.
Lá Papoula no jardim de Lucinha crescia feliz.
Todos os dias Lucinha cuidava da sua Papoula com carinho.
Mas
aconteceu uma coisa que deixou a Papoula preocupada. Lucinha foi passar as
férias na casa da vovó e se esqueceu de chamar alguém para cuidar das suas
flores.
Pobre
flores! O sol no verão estava queimando e elas começaram a sentir muito calor.
A Papola foi a que mais sentiu falta de Lucinha, o calor do sol fez com que
suas folhas começassem a murchar e ela foi ficando cada vez mais triste.
O
sol que gostava de ver o jardim de Lucinha tão colorido e cheiroso com o
perfume das flores perguntou:
___
Por que você está tão murcha Papoula? Não está gostando do meu calor?
___
Eu adoro o seu calor amigo sol, mas quando Lucinha está por perto para me
regar. Adoro quando você me aquece, mas eu preciso beber água para ficar sempre
bonita e Lucinha está viajando, não tem ninguém cuidando de nós, ninguém está
nos regando. Você anda muito forte, assim quando Lucinha voltar das férias vai
encontrar um jardim muito feio.
O
sol ficou pensativo com a conversa da Papoula e resolveu pedir ajuda ao vento e
as nuvens.
O
vento começou a soprar uma brisa bem suave e as nuvens se emocionaram tanto com
o pedido de ajuda do sol, que choraram muito.
Com as lágrimas da chuva todo o jardim de
Lucinha pode voltar a sorrir feliz e a ficar bonito novamente.
Papoula
balançou suas pétalas vermelhas agradecendo ao sol.
Quando
Lucinha voltou das férias encontrou seu jardim mais belo ainda. Ela pediu
desculpa as flores por ter esquecido delas, e estranhou tê-las encontrado
todas, tão bonitas e perfumadas. Olhou para as pétalas vermelhas de Papoula
como se quisesse saber quem tinha cuidado dela.
E
a Papoula balançou suas pétalas vermelhas com suavidade sentindo a brisa do
vento, e se virou para o sol, como se contasse a Lucinha o grande amigo que a
ajudou nessas férias.
Quando um pé de feijão nasce, ele nasce todo enroscado. Foi assim que nasceu João, o pé de feijão.João
nasceu, logo quis água. Só que feijão bebe água da terra, puxando a água pelas
raízes. João quis beber, fez força... mas cadê água? A terra estava seca!
Dona Terra, eu
quero beber água pra ficar forte e grande! - chorou João.
Mamãe
Terra queria dar água pro feijão, mas não conseguia. Estava seca, seca, seca.
Aí,
passou um passarinho.
Ei, Seu
Passarinho! Por favor, diga pra Dona Nuvem, pra ela vir depressa, pra chover e
molhar o meu pé de feijão, chamado João! - falou a Terra.
O
passarinho foi correndo. Voou por cima de uma igreja e pediu pro sino:
Seu Sino, toque
bem alto, que é pra chamar a nuvem, pra ela vir depressa, pra chover e molhar
um pé de feijão, chamado João! - cantou o passarinho numa voz fininha.
Blém-belelém! -
tocou o sino e continuou a tocar:
Belelém, blém,
blém, Dona Nuvem de chuva, que vai e que vem, acorda o Trovão pra vir
tempestade e molhar o João, que é um pequeno pé de feijão!
Bum, bum, bum! -
berrou o Trovão. E veio dançando, empurrando a Nuvem que, ouvindo o barulho,
levava um susto, chovia no chão!
E
foi assim que a chuva molhou a terra. A terra molhou a raiz. A raiz era por
onde João puxava a água e crescia. Crescia, engordava e sorria. João se tornou
um senhor pé de feijão!
João Feijão, Sylvia Orthof, Editora Ática
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